Com o Concílio Vaticano II, assistimos à reviravolta na maneira como o leigo é definido em relação à hierarquia. A valorização do laicato levou à releitura da identidade eclesial em sua totalidade, o relacionamento do cristão com o mundo, bem como sua identidade e missão. O leigo é colocado na perspectiva da missão da Igreja pensada pelo Vaticano II. Assim, supera-se a concepção de Igreja sem compromisso com o Reino de Deus presente na história. A Igreja não está fora do mundo e nem pode viver à parte dele. Inserida no mundo, é chamada a construir o Reino pela ação de seus membros, a começar pelos leigos. Por sua ação no mundo, os leigos orientam as realidades em função do Reino e se santificam. Igreja e o mundo têm como fim a construção do Reino.
Como não se muda a história apenas com leis e documentos, no pós-Concílio se voltou a acentuar a visão da Igreja dissociada da história e a construção do Reino de Deus somente à esfera intraeclesial. Tal visão influencia a vida e ação cristã. Há um satisfatório engajamento do laicato na vida intra-eclesial, mas pouca presença na sociedade, onde acontece o maior serviço do cristão em prol do Reino.
Promover o protagonismo do laicato e recuperar o sentido de sua missão implica superar essa visão distorcida da vida eclesial e do agir cristão. É preciso retomar a proposta do Concílio e conceber o agir dos cristãos, a partir da relação Igreja-Reino-Mundo.
A proposta do presente curso leva em consideração essas realidades e quer aprofundá-las.
“Aos leigos compete, por sua vocação própria, buscar o Reino de Deus, exercendo funções temporais e ordenando-as segundo Deus. Vivem no século, isto é, em todos e em cada um dos ofícios e trabalhos do mundo (…). Lá são chamados por Deus para que, exercendo seu próprio ofício, guiado pelo espírito evangélico, a modo de fermento, de dentro, contribuam para a santificação do mundo (…). A eles, portanto, cabe de maneira especial iluminar e ordenar de tal modo as coisas temporais, às quais estão intimamente unidos, que elas continuamente se façam e cresçam segundo Cristo para louvor do Criador e Redentor” (Lumen Gentium, 31);
Os leigos devem levar “a força do Evangelho ao mundo do trabalho e da cultura, no seio das famílias, bem como às vossas paróquias”; “Os leigos […] em virtude de sua vocação batismal, são os que têm de atuar à maneira de fermento na massa, para construírem uma cidade temporal que esteja de acordo com o projeto de Deus” (Papa Bento XVI, Discurso inaugural da V Conferência de Aparecida);
“Os melhores esforços das paróquias, neste início do terceiro milênio, devem estar na convocação e na formação de leigos missionários. Só através da multiplicação deles poderemos chegar a responder às exigências missionárias do momento atual” (Documento de Aparecida, 174);
“O fato de ser discípulos missionários de Jesus Cristo para que nossos povos, n’Ele, tenham vida leva-nos a assumir evangelicamente e a partir da perspectiva do Reino as tarefas prioritárias que contribuem para a dignificação do ser humano e a trabalhar junto com os demais cidadãos e instituições para o bem do ser humano” (Documento de Aparecida, 384);
“Essa missão evangelizadora abraça com o amor de Deus a todos e especialmente aos pobres e aos que sofrem. Por isso, não pode se separar da solidariedade com os necessitados e de sua promoção humana integral: Mas se as pessoas encontradas estão em uma situação de pobreza é necessário ajuda-las, praticando a solidariedade, para que se sintam amadas de verdade. O povo pobre das periferias urbanas ou do campo necessitam sentir a proximidade da Igreja, seja no socorro de suas necessidades mais urgentes, como também na defesa de seus direitos e na promoção de uma sociedade fundamentada na justiça e na paz. Os pobres são os destinatários privilegiados do Evangelho” (Documento de Aparecida, 550).
Oferecer espaço de reflexão sobre o protagonismo do laicato, recuperando e aprofundando o sentido da missão e do agir cristão, a partir da relação Igreja – Reino de Deus – mundo.
10 de Junho
Tema: Missão, essência da Igreja e da identidade cristã. Igreja em saída e em estado permanente de missão.
Assessor: Dom Luiz Fernando Lisboa
Tema: Testemunho Missionário
11 de Junho
Tema: Cristãos leigos, sujeitos na Igreja e no mundo e sua atuação missionária nos areópagos modernos.
Assessor: Sônia Gomes de Oliveira
Tema: Testemunho Missionário
12 de Junho:
Tema: Uma espiritualidade cristã encarnada. Cultura do encontro e da proximidade.
Assessor: Pe. Tiago Ávila Camargo
Tema: Testemunho Missionário
Local
SGAN 905, Conjunto C, Asa Norte, CEP 70790-050, Brasília – DF, Brasil
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