"É graça divina começar bem. Graça maior persistir na caminhada certa. Mas graça das graças é não desistir nunca". Dom Hélder Câmara
RELATOS DE EXPERIÊNCIAS
“Muitas das vezes pode ser difícil estar na missão num país novo, cultura nova e pessoas novas, mas na vida nós podemos encontrar boas pessoas que podem nos ajudar para que nossa caminhada seja mais fácil. É bom conhecer outras pessoas e saber que em nosso caminho, em nossa vocação não estamos sozinhos. Temos que estar abertos e deixar entrar outras pessoas em nossa vida e também dá-nos para os demais… Um dia no rádio, eu escutei uma frase que nunca vou esquecer e que é uma das melhores coisas que uma pessoa pode fazer pela outra, a frase é a seguinte: ‘Tua atenção é teu tempo, teu tempo é tua vida, e teu tempo não podes recuperar.’ Nosso tempo juntos fez que eu conseguisse ter muitas boas memórias e criar novas amizades. Talvez muitos de nós não vamos conseguir ver-nos, mas temos as memórias que ninguém pode tirar de nós. E é bom cultivar nossas amizades”.
Cruz Henrique – México
“A minha experiência de três meses no CCM foi muito bonita e difícil de esquecer. Especialmente a nossa proximidade uns com os outros e também com todos os funcionários do CCM foi muito bonita. Apesar de sermos de países e culturas diferentes o Centro Cultural Missionário nos uniu e nos deu força para continuar a Missão de Deus. E uma coisa muito importante foi as conferências dadas pelos assessores, vários temas que me ajudou muito para o conhecimento da situação política, cultural e religiosa do Brasil”.
Ir. Liberita Bragança – Timor Leste
“Durante o curso do Cenfi, tivemos várias palestras sobre a sociedade e a cultura brasileira e também sobre a história da igreja católica. Através dessas palestras, meu entendimento sobre o Brasil foi mais alargado e aprofundado. E eu consegui entender exatamente o meu lugar e o meu papel no Brasil como missionária. Além das palestras, tivemos aula com a psicóloga e refletimos sobre como deve ser o olhar do discípulo missionário. Esses momentos de reflexões me ajudaram muito e, através disso, sentir a esperança e a alegria dentro de mim. Durante o curso, eu convivi com outros missionários de diversas nacionalidades, congregações e de tantos lugares de missão. Com a diversidade, senti meu coração aberto para o novo e minha mentalidade voltada para os outros. Sou muito grata ao Cenfi e ao Centro Cultural Missionário porque, depois do tempo de graça vivido neste lugar, eu recebi a confiança firme de que Deus me chamou para ser discípula missionária aqui no Brasil. Além das palestras, a amizade com os outros missionários me fez crescer e me deu muitos exemplos do amor, que como disse Dom Joel na missa de envio: ‘o amor de Deus faz tudo valer a pena’. Ao guardar no meu coração essa experiência tão linda, eu prometo ao Deus de amor ser uma boa missionária e irradiar a alegria do Evangelho no meu campo de missão” – “Senhor, tenho alma missionária, conduza-me à terra que tenha sede de Ti”. Amém!
Ir. Tomé – Coreia do Sul
“Pessoalmente me enriqueci com diferentes conhecimentos e melhor compreensão sobre o trabalho missionário no Brasil. Gostei do curso porque me ajudou a atingir minhas expectativas. Acredito que esses três meses não são suficientes para aprender tudo da língua portugueses, mas me ajudou muito. O curso me ajudou a construir uma boa base sobre a língua e cultura”.
Ir. Lissama Joseph- Índia
“Papa Francisco gosta de nos convidar a criar uma cultura de encontro. Na minha opinião, para conseguir ser pessoas de encontro e criar comunidades onde acontecem encontros verdadeiros, precisamos de elementos fundamentais como a língua para se comunicar e um certo conhecimento do outro. Na minha humilde opinião, missão acontece na medida que têm encontros humanos, simples e verdadeiros. Nesse sentido, o CENFI foi o lugar onde a gente buscou esses elementos fundamentais por uma cultura de encontro. Durante o curso, a gente aprendeu a língua Portuguesa e tivemos cursos de introdução a história e a cultura do povo brasileiro para nós podermos entrar com respeito, amor, e dedicação em nossos vários campos de missão”.
Betenora Bako Liba – Togo
“A convivência entre pessoas de diferentes culturas e países (incluindo as pessoas do Brasil que trabalham no CCM) e, sobre tudo o viver e compartilhar a vida com padres, seminaristas e freiras ajudou-me como missionaria leiga a entender que posso viver o dia a dia com eles sem perder minha condição, essência e natureza de leiga. Em geral eu gostei muito de minha estadia no CENFI. Nestes três meses vivi coisas que na vida não vou esquecer, todas as pessoas que cruzou meu caminho deixou algo que marcou minha vida para sempre, muito obrigada por tudo”.
Maria Hilda – México
“Aqui no centro cultural missionário, a formação missionária foi pra mim muito importante pelo fato que ela abre aos missionários(as) os horizontes das realidades histórica, espiritual, cultural, antropológica, política… do povo Brasileiro. Assim, o missionário se integra muito mais fácil na sociedade, sem preconceito e também sem medo, mas como irmão(a) que vive e evangeliza conjunto com o povo de Deus”.
Ir. Marie Adeline – Congo
“Para mim essa formação dos/das recém-chegados/as missionários/as no Centro Cultural Missionário é um dom maior que se pode oferecer a um/a missionário/a. Para mim, passar esse tempo com irmãos e irmãs missionários de 17 países diferentes e 4 continentes diferentes foi uma bênção de Deus no início da minha caminhada missionária no Brasil. A partilha da vida diária em conjunto fortaleceu minha fé em um Deus que é o Pai de toda a humanidade, que quer fazer de todos os seres humanos, de todas as línguas, raças, culturas e nações, seus próprios filhos; Os diferentes assuntos tratados pelos assessores me ajudaram a entender e a encontrar respostas para muitas perguntas que eu tinha. Pessoalmente, agora me sinto mais ou menos bem equipado para crescer em minha missão aqui no Brasil. Estou consciente de que ainda tenho muito a aprender, especialmente em falar e escrever a língua portuguesa, mas sinto que o material e as chaves para ler a realidade social, cultural e eclesial do Brasil me ajudarão a ter uma experiência missionária serena, aberta às surpresas que o Espírito Santo está preparando para mim em minha missão; a experiência de conhecer as famílias, ouvir suas histórias de vida, rezar com elas e compartilhar o almoço com elas foi um grande presente de Deus durante este curso do CENFI. Portanto, agradeço a Deus, que me enviou ao Brasil através de meus superiores. Agradeço à equipe coordenadora do CENFI e do CCM e a todas as pessoas que tornaram possível esta oportunidade de minha introdução à realidade social, cultural e eclesial do Brasil. Graças a esse curso do CENFI, é com a alegria do Evangelho que vou agora começar efetivamente minha experiência missionária no Brasil”.
Pe. Joseph Mumbere Musanga – Congo
Deus acontecendo
“Com um coração profundamente agradecido, chego a cada um para partilhar a experiência vivida no Curso de Formação Intercultural para missionários estrangeiros no Brasil, turma 122.
Estivemos 28 missionários de 16 nacionalidades, enviados através das nossas congregações, dioceses e institutos, com o objetivo de obter formação e elementos que nos ajudassem na caminhada em missão no Brasil, alicerçados em quatro pilares: vida comunitária, ensino sistemático da língua portuguesa, e introdução à sociedade brasileira.
Foram dias intensos de estudo e aprofundamento, também de oração, diálogo e lazer, compartilhando a cultura do encontro da qual fala o Papa Francisco.
Qual Jesus eu vou apresentar aos brasileiros? Que conceito de Igreja anima o projeto missionário da minha comunidade? Que esperam os brasileiros de nós missionários estrangeiros? Perguntas que nos fazem ser conscientes das motivações e sentidos missionários. Uma certeza: somos enviados por Deus através da Congregação ou Diocese, com o compromisso de ser acompanhantes, sem pretensões de fazer, mas sim, de SER com o povo.
Com a metáfora dos azulejos do famoso artista Athos Bulcão, que recobrem as paredes exteriores da capela do Centro Cultural Missionário, como uma galeria a céu aberto, o Pe. Estêvão Raschietti, missionário Xaveriano, nos falou: “ Os azulejos expressam nossos desafios missionários para viver em atitude de: escuta, diálogo, alteridade, empatia… sem pretender ordenar os azulejos, simplesmente acompanhar o povo”.
Finalizo com as palavras de Dom Joel Portella Amado, secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB): “Ser missionários comprometidos com a vida, com coragem”.
Beatriz Ortiz López, Carmelita Missionária.